PERIPÉCIAS DE UMA MENTE INSANA

Eu sei que esse é só mais blog, dentre milhares que existem por aí. Com certeza ele não é o mais interessante, muito menos o mais bem feito e bem escrito. Eu sei também que ele é escrito por uma pessoa comum, como milhões que estão espalhadas nesse planeta. Sinceramente, não vejo nenhum motivo forte que possa convencê-lo a ler esse blog. Talvez quando eu descobrir, eu te conto.

terça-feira, 29 de março de 2011

A despedida.



Esse foi um beijo de despedida que se dá uma vez só na vida.

É preciso coragem para desbravar um sonho. Muitas vezes, abrir mão das coisas mais significativas para que haja espaço para outras. Não recordo de ter encarado um olhar como aquele, mas tenho certeza de que jamais o esquecerei. Quando o ônibus partiu, passei ainda uma dúzia de minutos escorada no vidro da janela com as lágrimas tentando me afogar. Ensaiei, no fundo da alma, como seria aquele momento, e no entanto foi difícil definir a maneira certa de me comportar. Aqueles olhos magnéticos conseguem explorar a minha alma! Como então tentar encenar sentimentos que não eram os meus?

Poucas pessoas arriscariam tanto quanto nós. Talvez uma parcela mínima se sujeitaria a ter um relacionamento que começou como o nosso. Porém, são exatamente esses poucos que têm a oportunidade de amar. Eu soube que te amava no exato momento em que me afoguei nos teus olhos. Eu soube que queria passar o resto da minha vida do teu lado quando tu acolheu o meu errato e insensato coração. Podemos passar horas fazendo as coisas que ninguém faz, discutindo assuntos que ninguém se interessa, viajando para lugares que ninguém quer conhecer. Apenas nós dois.

E essa singularidade que nos define é o que torna o nosso amor tão profundo, e é ele o responsável por brotar as lágrimas que insistem em escorrer pelo meu rosto.

 "Já me acustumei com a tua voz,
Com teu rosto e teu olhar me partindo em dois
E procuro agora o que é minha metade
Quando não está aqui
Sinto falta de mim mesmo
E sinto falta do meu corpo junto ao teu
Meu coração
É tão tosco e tão pobre
Não sabe ainda os caminhos do mundo
Quando não estás aqui
Sinto medo de mim mesmo
E sinto falta do teu corpo junto ao meu
Vem depressa pra mim que eu não sei esperar
Já fizemos promessas de mais
Já me acostumei com a tua voz, quando estou contigo estou em paz
Quando não estás aqui
Meu espírito se perde
Voa longe, longe, longe..."

segunda-feira, 14 de março de 2011

Podemos tentar.



Podemos fazer promessas que não passam de ilusão momentânea, apenas para satisfazer os desejos do outro. Podemos garantir que nada de ruim vai acontecer durante a ausência, porém será uma garantia vazia e com prazo de validade. Podemos prometer fidelidade, jurar amor eterno, acalmar os ânimos com as palavras mais doces que puderem ser pronunciadas. Podemos dizer que ficaremos juntos para sempre, mesmo que o sempre um dia acabe. Podemos fazer planos pro futuro, simples ou repletos de detalhes, mesmo sabendo que a linha do tempo não existe e que o futuro é construído nos momentos em que podemos nos olhar com sinceridade e enxergar a consciência tranquila.


Além disso, podemos nos distrair quando a saudade apertar. Podemos nos nutrir das lembranças quando a distância falar mais alto. Podemos conhecer pessoas novas, com o mesmo respeito que temos pela sabedoria dos mais velhos. Podemos sair, dançar, cantar e comer e ao mesmo tempo pensar no outro com um grande e genuíno sorriso no rosto. Podemos estudar, trabalhar e vencer nossos desafios com o entusiasmo que ronda os apaixonados. Podemos viver cada segundo planejando os segundos que finalmente passaremos juntos. Podemos nos esforçar para manter intacto o lugar que cada um tem na vida do outro, sem permitir arranhões, permanecer alertas como cães-de-guarda, firmes nesse propósito.


Podemos fazer tudo isso e talvez façamos a maioria dessas coisas. O mais importante, no entanto, virá de maneira natural: nutrir e cuidar desse nosso amor louco e avassalador, que é a garantia da nossa fidedigna felicidade.