Ao escrever estas linhas, meu pranto escorre pelas faces, sendo expulso com força dos meus olhos. Porém, não é um pranto explosivo, de raiva ou dor. É um pranto silencioso, dolorido, guardado. Difícil aceitar que mesmo convivendo com certas situações, elas causem tanta estranheza. Está tudo mascarado! O meu pranto não cessa, apenas acalma. Continua vivo em minha alma; por vezes soluça sem parar, por vezes permanece adormecido. Anseios, dúvidas, dores... são tantas marteladas no ego que fica difícil se recuperar.
Quantas vezes ouvi a frase "não sou bom o suficiente pra ti". Por quantas vezes tenteram me iludir, dizendo-me que eu "era demais pra ele". Por quantas vezes tentei acalmar a tempestade, dizendo pra mim mesma: "vai passar". E no entanto, nunca passa. Não quero ser boa, não quero ser demais, não quero passar despercebida. Quero apenas encontrar alguém com vontade suficiente para prender a minha atenção no dia seguinte.
Alías, me vejo bem longe de uma definição pra mim mesma. Totalmente dependente de companhia. Uma alma vazia, que não consegue aquietar. Um espírito repleto de experiências, que já viveu as mais diversas situações, turbulento de emoções. Tão contraditória e tão afirmada. Tão cheia de si e tão carente de qualquer coisa. Alguém que consegue expôr qualidades e ao mesmo tempo ser tão insegura. Lucidez misturada com maluquez. Deve ser por isso que sou tão fã do Raul.
Tenho muitos amigos na rede, muitas tribos sabem meu nome, e muitas são as ausências do final de semana. Talvez possa me considerar tão chata, que torno difícil a convivência. Quando descubro algo novo, quero por perto até enjoar. E se de fato enjoo, procuro outra coisa pra me distrair. Gostaria muito de me reconhecer. Olhar no espelho e ter certeza do que está diante de mim. Meus sentimentos são tão inconstantes, que creio ser essa uma tarefa impossível. Talvez um dia, ao encontrar as respostas e tendo real consciência do que eu sou e dos meus desejos reais, possa partir em busca do que me fará feliz. De verdade.
As vezes parecia que de tanto acreditar em tudo que achávamos tão certo, teríamos o mundo inteiro e até um pouco mais faríamos floresta do deserto e diamantes de pedaços de vidro. Mas percebo agora que o teu sorriso vem diferente, quase parecendo te ferir. Não queria te ver assim, quero a tua força como era antes; o que téns é só teu, de nada vale fingir sentir mais nada. Às vezes parecia que era só improvisar e o mundo então seria um livro aberto Até chegar o dia em que tentamos ter demais vendendo fácil o que não tinha preço. Eu sei, é tudo sem sentido. Quero ter alguém com quem conversar alguém que depois não use o que eu disse, contra mim. Nada mais vai me ferir, é que eu já me acustumei com a estrada errada que eu segui, com a minha própria lei. Tenho o que ficou e tenho sorte até demais, como sei que téns também.
Um comentário:
Bah Lari, eu li esse post há uns dias e hoje eu sinto que posso comentar algo útil. Seguinte: eu passo por isso às vezes, e é bizarro e péssimo se sentir assim. Meus amigos sabem porque eu desabafo sempre, e quando não tem ninguém pra desabafar, eu escrevo, escrevo até gastar a ponta dos meus dedos.
O mais engraçado é que quando eu me mato de chorar e acho que não tem mais jeito, eu sempre me dou conta que ainda tem o amanhã. Te apega nisso guria, enquanto a gente tiver tempo, ainda há o que remediar, ainda há salvação.
E outra coisa: a maioria das vezes é só comer chocolate que já resolve uns 50% do sofrimento, gata!
Postar um comentário